São poucas pessoas que chegam a uma vida centenária e com mais de sete décadas dedicadas à espiritualidade. Essa é a história de vida da Mãe Jovelina, que neste domingo (27), no Centro de Umbanda Pajé Pery, recebeu homenagens pelos seus 100 anos de vida e a sua trajetória de 72 anos de dedicação à cultura afro-brasileira e ao acolhimento de tantas gerações como seus filhos de religião. Entre as homenagens, o vereador Geison Freitas (PDT) concedeu a Comenda Baobá Sagrado da Umbanda, como proposição do seu mandato em parceria com a Casa de Cultura Aruanda.
Mãe Jovelina foi agraciada com a condecoração, durante o encerramento da Semana Estadual de Ogum e São Jorge, com a presença de representantes das religiões de matriz africana e com autoridades do município como a secretária de Cultura, Lionella Goulart, o secretário adjunto de Cultura, Maurício Miorim, e o secretário de Direitos Humanos, David Santos, na oportunidade, representando o prefeito Heliomar Franco. As falas foram de encontro ao diálogo contínuo entre o poder público e as casas de umbanda, no sentido de combater o preconceito e na defesa da liberdade religiosa.
Ao entregar a comenda, o vereador Geison Freitas ressaltou que não estava ali, apenas, como autoridade. Neto da cabeleireira Tereza, Freitas lembrou que a sua avó assim como a Mãe Jovelina, estão entre os primeiros moradores do Bairro Santa Tereza, e que a proximidade com aquela casa onde se encontravam vem de muitos anos. “Eu estou aqui hoje como o menino que cresceu aqui no bairro, convivendo com essa história que hoje estamos celebrando. Meu pai estudou com os filhos da Mãe Jovelina, eu estudei com os seus netos. Minha avó frequentava essa casa”, lembrou.
“Eu não sei quantos dos meus colegas vereadores vão atuar em defesa de vocês, o que eu posso garantir é que ao longo do meus quatro anos de mandato, vocês terão um representante no legislativo, disposto a combater qualquer tipo de discriminação e lutando pela liberdade religiosa, de todas as religiões”, finalizou o vereador. O Centro de Umbanda Pajé Pery foi fundado em 1953, sendo uma referência aos demais centros, não apenas em São Leopoldo, mas no estado do Rio Grande do Sul.
Texto: jornalista Chico Júnior MTB 19.102/RS
Fotos: Digue Cardoso
